A relação entre os jogadores e o árbitro tem evoluído positivamente

Decorreu esta semana a quinta ação de formação online promovida pelo Sindicato dos Jogadores. A sessão esteve a cargo do formador Duarte Gomes, ex-árbitro internacional e comentador desportivo.

Tendo como tema “A Relação entre os Árbitros e Jogadores”, Duarte Gomes optou por uma conversa mais dinâmica com os cerca de 50 participantes, ao invés de uma apresentação mais expositiva.

Em declarações ao site do Sindicato dos Jogadores, Duarte Gomes explicou em que consistiu esta formação: “O objetivo foi transmitir aos jogadores a minha experiência daquela que poderá ser a relação entre o árbitro e o jogador. Temos funções diferentes em campo e cada um faz o seu papel o melhor que sabe, acertando e errando.”

A formação online versou, sobretudo, sobre a convivência dos jogadores e árbitros com o erro, qual é a relação ideal que ambos podem ter e quais as dinâmicas de um jogo de futebol sem o atrito permanente, o conflito ou o protesto.

Questionado sobre a evolução da relação entre árbitros e jogadores, Duarte Gomes considera que tem sido positiva ao longo dos anos: “A relação entre os jogadores e o árbitro tem evoluído positivamente. Há uma geração ainda inexperiente, ao nível de decisão técnica, mas que transpira credibilidade. Pode haver incompetência, mas não há desonestidade, e, por força disso, o jogador acredita mais no árbitro.”

Muitas das vezes assistimos a uma reação conjunta de vários jogadores a contestar uma decisão mais polémica do árbitro. Duarte Gomes é da opinião que apenas o capitão de equipa o deve fazer. “O International Board e a FIFA estão a pensar criar uma legislação mais apertada nesse sentido. Só o capitão é que poderá representar a equipa perante o árbitro, porque senão teríamos, em última instância, 22 jogadores a protestar em simultâneo. Até para salvaguarda disciplinar da equipa, deve ser aplicada esta medida”, considera o ex-árbitro.

A introdução do videoárbitro num jogo de futebol ainda não veio apaziguar os ânimos, mas Duarte Gomes acredita que, com o tempo, tal possa vir a acontecer: “Por enquanto, o videoárbitro veio partilhar a responsabilidade do árbitro com outra pessoa, mas estamos numa fase inicial em que as dores de crescimento são normais. A intolerância ainda é grande, mas isso tende a caminhar com o tempo para um patamar diferente.”

A formação online “A Relação entre Árbitros e Jogadores”, lecionada através da plataforma digital zoom, foi certificada com 0,4 créditos para o título profissional de treinador de futebol.