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A carreira dual e o jogador de futebol português
Opinião de Bruno Avelar Rosa, Coordenador do Gabinete de Educação e Formação do SJPF
No ano de 2012, a Comissão Europeia publicou as orientações para o desenvolvimento de carreiras duais nos atletas de alta performance desportiva. Estas orientações, produzidas por um grupo internacional de experts na área da educação e formação de âmbito desportivo, sugerem a adopção de políticas desportivas e educativas que sejam promotoras da qualificação académica e profissional dos atletas simultaneamente ao desempenho da sua actividade enquanto desportistas.
Com estas orientações, procura-se estimular a diminuição do abandono escolar (o qual, atravessando transversalmente a sociedade, afecta em particular os atletas desportivos) e promover a empregabilidade dos atletas após o abandono da competição.
Pelas características próprias da praxis desportiva, os atletas desenvolvem ao longo da sua carreira características pessoais particulares (compromisso, espírito de superação, trabalho por objectivos, liderança,...) que são valorizados em qualquer âmbito profissional. Também por esse motivo lhes deve ser concedida a possibilidade de usufruírem de condições mais ágeis para a frequência de oferta formativa que mais tarde lhes permita a plena integração numa actividade laboral que vá ao encontro das suas motivações ou onde a sua experiência se possa revelar de maior utilidade.
Em Portugal, o Decreto-Lei n.º 272/2009, de 1 de Outubro, estabelece as medidas específicas de apoio ao desenvolvimento do desporto de alto rendimento, considerando no seu âmbito diferentes acções dirigidas à inclusão no sistema educativo dos atletas que usufruem deste estatuto, como por exemplo, a agilização de aspectos como a inscrição e transferência de estabelecimento de ensino, a justificação de faltas, a dotação de um professor acompanhante ou a atribuição de bolsas académicas.
Contudo, a legislação portuguesa não inclui neste âmbito os atletas que participam em Ligas Profissionais (ainda que a Lei de Bases do Desporto e da Actividade Física destaque este âmbito relativamente à natureza de outras competições), ou que exerçam a sua actividade de forma profissional em provas amadoras. Os jogadores profissionais de futebol, pese embora a dimensão temporal da sua dedicação à actividade, são assim os principais excluídos deste sistema de apoio ao desenvolvimento do desporto de alto rendimento em Portugal.
Consciente desta lacuna, e assumindo a educação como prioridade, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) criou em Março de 2016 o Gabinete de Educação e Formação, o qual tem por responsabilidade promover o desenvolvimento de uma carreira dual nos seus associados.
Como uma das suas principais acções, foram estabelecidos diferentes protocolos com diversas instituições públicas e privadas do sistema educativo que visam promover a formação académica e profissional dos jogadores de futebol. Perspectiva-se desta forma o desenvolvimento nos jogadores de uma maior competência e segurança para afrontar o momento de transição de área profissional, o qual, inevitavelmente, ocorrerá mais tarde ou mais cedo (e bastante mais cedo do que nas profissões tradicionais).
O Programa de Educação e Formação desenvolvido procura assim contextualizar as propostas legais previstas para os atletas com estatuto de alto rendimento, tornando possível aos jogadores profissionais de futebol o usufruto dessas mesmas condições de promoção da qualificação e posterior empregabilidade.
Simultaneamente, também o SJPF promove formação "à medida" dos interesses do jogador. Esta formação, tendencialmente de curta duração, foca-se em competências de áreas apontadas pelos jogadores como prioritárias para o desempenho profissional no pós-carreira desportiva.
A falta de legislação que enquadre a formação do atleta profissional, em particular o jogador de futebol, deve ser discutida. Contudo, é também responsabilidade da sociedade civil, particularmente das organizações desportivas implicadas, encontrarem as alternativas necessárias para fazer frente às necessidades que o sistema desportivo demonstra actualmente e cuja velocidade e dinâmica o Estado não tem possibilidade de acompanhar
O SJPF assume a sua responsabilidade e por isso não poderia estar fora de jogo no que à formação e futura empregabilidade dos seus associados diz respeito.
Com estas orientações, procura-se estimular a diminuição do abandono escolar (o qual, atravessando transversalmente a sociedade, afecta em particular os atletas desportivos) e promover a empregabilidade dos atletas após o abandono da competição.
Pelas características próprias da praxis desportiva, os atletas desenvolvem ao longo da sua carreira características pessoais particulares (compromisso, espírito de superação, trabalho por objectivos, liderança,...) que são valorizados em qualquer âmbito profissional. Também por esse motivo lhes deve ser concedida a possibilidade de usufruírem de condições mais ágeis para a frequência de oferta formativa que mais tarde lhes permita a plena integração numa actividade laboral que vá ao encontro das suas motivações ou onde a sua experiência se possa revelar de maior utilidade.
Em Portugal, o Decreto-Lei n.º 272/2009, de 1 de Outubro, estabelece as medidas específicas de apoio ao desenvolvimento do desporto de alto rendimento, considerando no seu âmbito diferentes acções dirigidas à inclusão no sistema educativo dos atletas que usufruem deste estatuto, como por exemplo, a agilização de aspectos como a inscrição e transferência de estabelecimento de ensino, a justificação de faltas, a dotação de um professor acompanhante ou a atribuição de bolsas académicas.
Contudo, a legislação portuguesa não inclui neste âmbito os atletas que participam em Ligas Profissionais (ainda que a Lei de Bases do Desporto e da Actividade Física destaque este âmbito relativamente à natureza de outras competições), ou que exerçam a sua actividade de forma profissional em provas amadoras. Os jogadores profissionais de futebol, pese embora a dimensão temporal da sua dedicação à actividade, são assim os principais excluídos deste sistema de apoio ao desenvolvimento do desporto de alto rendimento em Portugal.
Consciente desta lacuna, e assumindo a educação como prioridade, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) criou em Março de 2016 o Gabinete de Educação e Formação, o qual tem por responsabilidade promover o desenvolvimento de uma carreira dual nos seus associados.
Como uma das suas principais acções, foram estabelecidos diferentes protocolos com diversas instituições públicas e privadas do sistema educativo que visam promover a formação académica e profissional dos jogadores de futebol. Perspectiva-se desta forma o desenvolvimento nos jogadores de uma maior competência e segurança para afrontar o momento de transição de área profissional, o qual, inevitavelmente, ocorrerá mais tarde ou mais cedo (e bastante mais cedo do que nas profissões tradicionais).
O Programa de Educação e Formação desenvolvido procura assim contextualizar as propostas legais previstas para os atletas com estatuto de alto rendimento, tornando possível aos jogadores profissionais de futebol o usufruto dessas mesmas condições de promoção da qualificação e posterior empregabilidade.
Simultaneamente, também o SJPF promove formação "à medida" dos interesses do jogador. Esta formação, tendencialmente de curta duração, foca-se em competências de áreas apontadas pelos jogadores como prioritárias para o desempenho profissional no pós-carreira desportiva.
A falta de legislação que enquadre a formação do atleta profissional, em particular o jogador de futebol, deve ser discutida. Contudo, é também responsabilidade da sociedade civil, particularmente das organizações desportivas implicadas, encontrarem as alternativas necessárias para fazer frente às necessidades que o sistema desportivo demonstra actualmente e cuja velocidade e dinâmica o Estado não tem possibilidade de acompanhar
O SJPF assume a sua responsabilidade e por isso não poderia estar fora de jogo no que à formação e futura empregabilidade dos seus associados diz respeito.