MENSAGEM DO PRESIDENTE

 

A Educação é um dos grandes pilares de intervenção do Sindicato dos Jogadores. Para além da sua natural e concreta vocação de “ascensor social” em que se tornou no Portugal livre e democrático das últimas décadas, a qualificação tem ganho uma importância cada vez maior para os futebolistas. É factual que longe vão os tempos em que a maioria dos jogadores de elite não tinha completado o ensino secundário ou mesmo o básico, mas continua a haver quem desvalorize a importância da formação durante a carreira nos relvados. Isso é simplesmente preocupante. Consciente do tremendo erro que esta forma de pensar representa, sobretudo na preparação do pós-carreira, o Sindicato tem pensado e desenvolvido diversas iniciativas de sensibilização para que a escola seja encarada de uma forma diferente por quem vai precisar de conhecimentos específicos numa determinada área quando chegar a hora de “pendurar as botas”.

O Programa de Educação e Formação, que apresentamos através deste trabalho verdadeiramente estruturante, é um conjunto de medidas para facilitar o acesso dos jogadores à educação e, consequentemente, a uma vida sempre digna num mundo cada vez mais competitivo e que exige uma atualização constante de competências. Quem achar que pode sobreviver (assim mesmo, sem aspas) apenas por conhecer algumas pessoas em cargos relevantes e estar integrado no meio do futebol sem uma formação profissional adequada não faz mais do que tentar parar o vento com as mãos. O desporto-rei reflete a sociedade globalizada em que vivemos, com o advento do digital a dominar uma parte bastante significativa da atividade económica, não havendo assim alternativas à qualificação para quem está em idade ativa.

A leitura deste documento orientador é obrigatória para quem não quer “ficar para trás”, já que inclui toda a estratégia delineada pelo Sindicato para esta área, posicionando Portugal na vanguarda do apoio educacional aos jogadores de futebol. Efetivamente, não estamos a falar de medidas avulso para mostrar o nosso caráter interventivo, mas sim de uma lógica de atuação que visa respeitar o processo de enraizamento destas novas práticas e, consequentemente, projetar resultados não apenas no curto, mas também nos médio e longo prazos. Confiamos verdadeiramente que esta iniciativa vai ajudar quem mais precisa e tem vontade de se desenvolver enquanto pessoa, não apenas como jogador.

Desta forma, o Sindicato faz o que lhe compete, criando condições para que os jogadores se sintam cada vez mais seguros em todas as dimensões da sua vida e se possam assumir como verdadeiros líderes de comunidade. Essa condição é perfeitamente possível de alcançar através da formação contínua que podem agora adquirir ao longo da vida. No fundo, o objetivo deste programa é olhar não apenas para o jogador, mas também para o cidadão, ajudando-o a preparar-se para intervir socialmente. Os altos valores que o seu percurso desportivo lhe proporcionou desde tenra idade serão certamente muito úteis para que consigamos todos, em conjunto, criar uma sociedade cada vez mais livre, tolerante e próspera.

Joaquim Evangelista
Presidente da Direção do Sindicato dos Jogadores