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Deixei de jogar futebol. E agora?
Bruno Avelar Rosa e as competências que um jogador deve ter para enfrentar o mercado de trabalho.
O coordenador do Gabinete de Educação e Formação do SJPF, Bruno Avelar Rosa, analisa as competências que um jogador de futebol deve ter para enfrentar o mercado de trabalho, quando termina a carreira de futebolista:
“São muitos os jogadores nos mais diversos contextos que afirmam que o futebol é uma escola de vida. E têm razão. O jogador de futebol, desde o início da sua carreira profissional que desenvolve competências que hoje são valorizadas nos mais diferentes âmbitos laborais.
Não é por acaso que, de acordo com o Guia do Mercado Laboral 2017, recentemente publicado pela Consultora de Recursos Humanos Hays, as empresas e os empregadores valorizam nos dias de hoje questões como a proatividade, a capacidade de trabalhar em equipa, a capacidade de trabalho ou os valores associados à cultura do grupo.
Pelo contrário, rejeitam profissionais que apresentem falta de motivação para o projeto, ausência de objetivos pessoais e profissionais, sobrevalorização de competências ou falta de pontualidade.
Estas características fazem também parte do perfil de um bom jogador de futebol. Sem estes valores e estas capacidades, o jogador de futebol, por mais talentoso que seja, terá escassas probabilidade de êxito. É por isso que a experiência e competências que o jogador desenvolve ao longo da sua carreira são de enorme interesse do ponto de vista do mercado empregador.
De forma complementar, o relatório “The future of jobs – Employment, Skills, and Workforce Strategy for the 4th Industrial Revolution”, apresentado pelo World Economic Forum em janeiro de 2016, revela que 44% dos seus respondentes indicam observar uma tendência para a flexibilidade laboral e para as alterações da natureza do trabalho, facto reforçado pelo aumento da chamada económica digital.
A experiência do jogador, quer por dispersão geográfica, quer por participação em diferentes dinâmicas grupais e diferentes culturas, isto é, a sua capacidade de adaptação a novas realidades, permitem observar com otimismo a reação que o jogador de futebol poderá ter perante esta forma de estar e trabalhar que o futuro nos parece reservar.
Contudo, sem a necessária qualificação formal, isto é, sem a necessária certificação das competências adquiridas através de formação reconhecida e qualificada, o que o jogador encontrará no pós-carreira desportiva, tal como um sem número de casos vêm encontrando, é um enorme vazio: um vazio de oportunidades laborais e um vazio motivacional, pois o próprio nunca sequer se imaginou a desenvolver outra atividade que não seja a de futebolista, tendo ao longo da sua carreira sempre esperado para ver como seria o futuro e a realidade que agora lhe bate à porta.
É por isso essencial que durante os cerca de 15 anos da carreira desportiva profissional, o jogador estabeleça um plano de pós-carreira. Esse plano deverá incluir a realização de formação, bem como a aquisição de competências e conhecimentos que lhe permitam chegar aos cerca de 35 anos de idade em igualdade de circunstâncias com os mesmos cidadãos da sua geração, ou estando em condições de poder apresentar a sua experiência futebolística como uma vantagem concorrencial.
Isto porque, efetivamente, a sua experiência e as suas competências pessoais são uma vantagem que não merece ser desaproveitada. Essa permanente atenção sobre o que se passa no mundo em redor, permitir-lhe-á situar e orientar a sua formação para as áreas que apresentam maior sucesso, bem como também onde a sua experiência de futebolista pode assumir um impacto mais diferenciador.
A perspetiva até pode ser otimista. Mas só será concretizada se cada jogador “arregaçar as suas próprias mangas” enquanto é tempo.”
“São muitos os jogadores nos mais diversos contextos que afirmam que o futebol é uma escola de vida. E têm razão. O jogador de futebol, desde o início da sua carreira profissional que desenvolve competências que hoje são valorizadas nos mais diferentes âmbitos laborais.
Não é por acaso que, de acordo com o Guia do Mercado Laboral 2017, recentemente publicado pela Consultora de Recursos Humanos Hays, as empresas e os empregadores valorizam nos dias de hoje questões como a proatividade, a capacidade de trabalhar em equipa, a capacidade de trabalho ou os valores associados à cultura do grupo.
Pelo contrário, rejeitam profissionais que apresentem falta de motivação para o projeto, ausência de objetivos pessoais e profissionais, sobrevalorização de competências ou falta de pontualidade.
Estas características fazem também parte do perfil de um bom jogador de futebol. Sem estes valores e estas capacidades, o jogador de futebol, por mais talentoso que seja, terá escassas probabilidade de êxito. É por isso que a experiência e competências que o jogador desenvolve ao longo da sua carreira são de enorme interesse do ponto de vista do mercado empregador.
De forma complementar, o relatório “The future of jobs – Employment, Skills, and Workforce Strategy for the 4th Industrial Revolution”, apresentado pelo World Economic Forum em janeiro de 2016, revela que 44% dos seus respondentes indicam observar uma tendência para a flexibilidade laboral e para as alterações da natureza do trabalho, facto reforçado pelo aumento da chamada económica digital.
A experiência do jogador, quer por dispersão geográfica, quer por participação em diferentes dinâmicas grupais e diferentes culturas, isto é, a sua capacidade de adaptação a novas realidades, permitem observar com otimismo a reação que o jogador de futebol poderá ter perante esta forma de estar e trabalhar que o futuro nos parece reservar.
Contudo, sem a necessária qualificação formal, isto é, sem a necessária certificação das competências adquiridas através de formação reconhecida e qualificada, o que o jogador encontrará no pós-carreira desportiva, tal como um sem número de casos vêm encontrando, é um enorme vazio: um vazio de oportunidades laborais e um vazio motivacional, pois o próprio nunca sequer se imaginou a desenvolver outra atividade que não seja a de futebolista, tendo ao longo da sua carreira sempre esperado para ver como seria o futuro e a realidade que agora lhe bate à porta.
É por isso essencial que durante os cerca de 15 anos da carreira desportiva profissional, o jogador estabeleça um plano de pós-carreira. Esse plano deverá incluir a realização de formação, bem como a aquisição de competências e conhecimentos que lhe permitam chegar aos cerca de 35 anos de idade em igualdade de circunstâncias com os mesmos cidadãos da sua geração, ou estando em condições de poder apresentar a sua experiência futebolística como uma vantagem concorrencial.
Isto porque, efetivamente, a sua experiência e as suas competências pessoais são uma vantagem que não merece ser desaproveitada. Essa permanente atenção sobre o que se passa no mundo em redor, permitir-lhe-á situar e orientar a sua formação para as áreas que apresentam maior sucesso, bem como também onde a sua experiência de futebolista pode assumir um impacto mais diferenciador.
A perspetiva até pode ser otimista. Mas só será concretizada se cada jogador “arregaçar as suas próprias mangas” enquanto é tempo.”